5 superpoderes que você pode desenvolver morando no exterior
Em um mundo tão conectado, morar no exterior pode parecer uma aventura bem menos intrépida do que foi em outras décadas. Neste momento, as pessoas que imigram quase sempre estão a algumas horas (ou dólares) de distância de casa — não que tempo e dinheiro sejam problemas fáceis de resolver, veja bem.
Apesar de contar com facilidades como o ombro amigo disponível na rede de internet mais próxima, certos recursos continuam sendo virtuais demais para quem muda de país — enquanto os obstáculos da vida prática chegam em, no mínimo, 3 dimensões.
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Se você se mudou ou vai mudar para muito longe, a boa notícia é que há de ganhar alguns superpoderes. A notícia chata é que ninguém vai explicar como desenvolvê-los. Importante: quanto mais demorar a aprender, pior para você. Então é melhor vestir a máscara do super-herói de sua preferência o quanto antes e se preparar para o que vem a seguir.
Super-habilidade de comunicação
Quando mudamos de país, mudamos de idioma ou, no mínimo, de sotaque e vocabulário. São nessas diferenças que você vai encontrar a oportunidade perfeita para se tornar um mago da leitura facial e da mímica só para não perguntar, pela quarta vez seguida, o que foi que o seu interlocutor acabou de dizer.
A questão do idioma pode te dar rasteiras nas piores situações possíveis: quando você ficar muito bravo, é importante saber fazer barraco na língua local sem cometer muitos erros. Ninguém respeita quem fala palavras doidas e desconexas, feito criança, em uma discussão.
E você já transou em uma língua que não fosse a sua? Só em espanhol, as chances de confusão são as seguintes: "rabo" é um sinônimo para pênis, "comer" pode ser o mesmo que lamber e "correr" é ter orgasmo. As consequências destes três fatores singelos eu deixo para o leitor imaginar, mas trata-se apenas da ponta de um iceberg de climão.
Apesar dos perrengues, um superpoder é sempre superpoder: um dos melhores presentes que alguém pode ganhar na vida é um novo idioma. Com ele, aprendemos novos sentimentos e jeitos de pensar que não existiam no nosso mundo.
Superpaciência
Também conhecido como "resiliência", este superpoder aflora geralmente quando o imigrante começa a lidar com questões burocráticas fora da terra natal. Tudo o que parecia trabalhoso demais sempre pode piorar quando estamos em um país estrangeiro.
Acontece que a burocracia só afeta o imigrante esporadicamente. Ou seja: o maior treino para o superpoder da paciência acaba sendo a adaptação aos costumes locais. Algo que pode parecer absurdo na sua casa é normal em outros países e vice-versa. Quem chegou de fora foi você. Portanto, faça aí a matemática e adivinhe quem vai precisar adaptar tudo o que aprendeu durante uma vida para se dar bem com os convivas.
Ultimamente, pessoas próximas notaram que ando mais paciente e perguntaram como mudei tanto nesse sentido. Aos interessados em desenvolver certa paz interior, recomendo uma temporada acatando regras com as quais se discorda total ou parcialmente — sempre com um semblante tranquilo, para sinalizar que os donos da casa são, naquela área, mais donos da verdade também.
Poucas coisas tiram o imigrande veterano do sério. Nada amacia mais um coração arisco do que o choque cultural.
Super-humildade
Em um primeiro momento, ninguém que se julgue experiente o bastante para viver da forma como escolheu vai achar fácil mudar certas rotinas (que funcionavam!) para sobreviver no novo país. Isso inclui detalhes como a forma de se alimentar, as roupas disponíveis, a dinâmica de manutenção de uma casa, o horário das refeições, as leis locais e até a maneira de fazer amizades.
No exterior, existe a opção de se isolar socialmente ou de dançar conforme a música — que não é samba, nunca.
Superconexão com a natureza
Esta pode parecer uma afirmação perigosa se a gente falar sobre alguém que sai da região amazônica e vai para Nova Iorque, mas a verdade é que sair do seu entorno de origem pode trazer inúmeros insights sobre clima e geografia, não importando muito de onde saímos ou para onde vamos.
No Brasil, por exemplo, as estações do ano são muito menos marcadas do que nos Estados Unidos — e isso vai te fazer reparar, todos os dias da sua vida, em aspectos naturais como a ausência de paisagens verdes no inverno, a textura da neve, a temperatura do mar ou os alimentos que faltam e sobram onde você vive. No exterior, quando você menos esperar, pode estar cronometrando as horas de sol da sua semana.
Parabéns, recolha aqui a sua medalha de Capitão Planeta por motivos de: imigração.
Superafeto
O clichê sobre dar mais valor ao que se perde te espreita a cada esquina da vida no exterior. Ele vai mostrar que é verdadeiro das mais diversas formas, desde o momento em que você sente um desejo louco de comer uma farofa até a hora em que você fica doente e não recebe c06uidados de ninguém além de si mesmo. Você vai perder festas, nascimentos, funerais, abraços importantes e, para seu alívio, uns desentendimentos também.
O que marca a afetividade do imigrante, geralmente, é ver as pessoas ao redor se relacionando com a intimidade e confiança que você ainda não construiu com nenhuma figura local. É então que nasce a habilidade do super afeto.
Morando fora, você vai continuar precisando de carinho e atenção como todo ser humano, de modo que aprenderá a dar e receber xodó em caráter de urgência — nem sempre acertando na escolha do elenco, mas desvendando o maior segredo sobre o bem-viver: ele está naquilo e naqueles que podemos amar.
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