Topo

Luiza Sahd

10 momentos bombásticos (e clássicos) na vida de quem faz terapia

Luiza Sahd

12/10/2017 08h00

Engana-se demais quem acha que as redes sociais são um almoxarifado de patacoadas sem metafísica nenhuma. Dia desses, por exemplo, uma sábia mulher largou isso aqui no Twitter: "A gente precisa de terapia pra lidar com pessoas que deveriam fazer terapia e não fazem"

Taí. Terapia não é o único caminho para transformar seres humanos em pessoas melhores e, infelizmente, é acessível para pouca gente, seja por razões socioeconômicas, por preconceito ou desconhecimento do assunto. Para quem abraçou a oportunidade do autoconhecimento investindo em uma análise, a boa é que o resultado esperado é amenização de angústias em geral. Por outro lado, na vida, tudo tem um preço. Hehe.

A cartilha dos pessimistas reza que antes do arco-íris sempre vem a tempestade. No caso de quem conta com a psicologia ou similares para mudar de vida, ela é caracterizada pelos horrendos momentos em que você descobre que viveu uma farsa por anos e, pior: QUEM TE ENGANOU FOI VOCÊ MESMO.

Em muitas ocasiões pós-terapia, tive vontade de telefonar para a produção de Casos de Família fazendo uma autodenúncia em rede nacional, tamanha indignação comigo mesma. Se você está passando por isso, não se desespere. Aqui vão 10 consolos em forma de clichês terapêuticos que, olha, calma. Vai passar. Pega aí a caixa de lencinhos e siga em frente quando terminar de resmungar.

1- Expectativa: Você começa a terapia achando que vai desencaralhar a cabeça imediatamente.// Realidade: Você começa a colocar a vida em perspectiva e passa semanas bolado com tudo e todos a seu redor.

 

2- Você se liga que tava até agora esperando uma salvação emocional vir de fora, mas as pessoas também estão ocupadas demais tentando se salvar. Bixo, que rolo é viver.

 

3- Você supera, nadando a braçadas, as primeiras semanas da análise e começa mesmo a se acalmar. Agora, é hora de dar uma olhadinha melhor no papel que ocupa no mundo. Obviamente, tá tudo no lugar errado e vai dar um trabalhão organizar os sentimentos.

 

4- Você passa a questionar sua própria sanidade mental. Dica: uma boa prova de que você não está maluco é quando se pergunta, de tempos em tempos, se de fato não endoidou ¯\_(ツ)_/¯

 

5- Então, você passa a olhar para a sua história (e a dos outros, inclusive) bem me-ti-cu-lo-sa men-te, de modo que acaba virando quase sempre a Alanis Morissette do rolê. Haja saco.

 

6- FINALMENTE você se permite mudar para melhor, ser mais compreensivo, parar de enviar áudio bêbado no Zap, já dorme 7h por noite e ainda arruma a cama de manhã. Parabéns, a terapia te mudou!

 

7- Quando você cogitar pedir alta para economizar o tempo & grana gastos, é provavelmente um sinal de que, agora sim, você se acalmou e está preparado para abrir o baú das Tretas Cabulosas de Infância ™. Aperte os cintos.


8-
SOCORRO, OS QUESTIONAMENTOS NÃO TÊM FIM, MAS SEMPRE MELHORAM SUA VIDA POUCO A POUCO, ENTÃO VOCÊ CONTINUA, FAZER O QUÊ?

 

9- Pronto, passou de novo.
Calmaria. Até falta assunto às vezes, mas você sabe que isso vai durar até você decidir se jogar em algo novo e assustador.

 

10- Com ou sem terapia, ninguém escapa de encarar duras realidades no melhor estilo Sweet Dreams e diante de muita gente. Na dúvida, aja sempre como se você estivesse tranquilo e arrasando.

 

 

 

 

 

Sobre a autora

Luiza Sahd é jornalista e escritora. Colaborou nas revistas Tpm, Superinteressante, Marie Claire e Playboy falando sobre comportamento, ciência, viagem, amor e sexo. Vive entre São Paulo e Madrid há anos, sem muita certeza sobre onde mora. Em linhas gerais, mora na internet desde 2008.

Sobre o blog

Um lugar na internet para falar das coisas difíceis da vida -- política, afeto, gênero, sociedade e humor -- da maneira mais fácil possível. Acredita de verdade que se expressar de modo simples é muito sofisticado.