Você praticaria sexo com um robô? Pense duas vezes.
Durante uma conversa de bar sobre putarias em geral, uma amiga pega o celular. "Esta matéria diz que, em até dez anos, boa parte de nós já teremos transado com robôs". O momento foi de choque.
Por um lado, a discussão sobre o uso de robôs sexuais é complicada, como conta este artigo. Por outro, nos ocorreu que zilhares de pessoas já transam com um tipo de robô menos complexo — o vibrador. Curiosamente, ninguém fala muito sobre ele. Talvez o tabu venha disso aqui:
A história do vibrador é um tratado sobre a sexualidade humana. Vamos a um breve resumo:
– Até um século e meio atrás, as mulheres não tinham lá uma vida sexual para além das funções reprodutivas;
– Muitas delas passaram a ser diagnosticadas como histéricas. Bom, qualquer homem ficaria histérico sem gozar nunca. Ou não?
– Para as mulheres diagnosticadas com histeria, o tratamento era a estimulação pélvica (masturbação) feita por um médico. Depois do orgasmo, elas passavam uns tempos sem sintomas de "histeria". Olha que coincidência!
– Como os médicos ficavam com as mãos cansadas de estimular as pacientes, um deles inventou o vibrador para o uso nesses atendimentos.
Não é curioso que o vibrador tenha sido inventado para o conforto de homens e, depois de virar eletrodoméstico para o conforto feminino, cause tanto desconforto? Deve ter algo a ver com o poder sobre o prazer alheio: muita gente se ofende quando perde esse poder.
Voltando à polêmica dos robôs sexuais, nem todo mundo já transou com um robô ou um vibrador, mas geral já transou com robôs humanos — aqueles que estão tão ocupados com a própria satisfação que esquecem que tem outra pessoa ali na cama. No dilema entre transar com um robô-robô e um robô humano, talvez a primeira opção seja a melhor escolha. Não sei você.
A verdade é que a questão do sexo com máquinas nem é uma discussão tão futurista assim. Aliás, ela não chega nem a ser atual: ela está atrasada desde o século 19, mas ainda é bem necessária.
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