'Vai Malandra': tudo o que Anitta toca vira ouro. Até celulite!
Conta a mitologia grega que no século VIII a.C., existiu um rei chamado Midas e que tudo o que ele tocava virava ouro. No começo da história, Midas ficou maravilhado com o dom (concedido pelo deus Baco) porque se sentia riquézimo — e todo mundo ama ser riquézimo. Depois, a coisa começou a desandar porque ele preferia que certas coisas não virassem ouro, tipo comidas e pessoas.
Resumindo muito a história, Midas arregou e implorou para perder esse dom. Agora, milhares de anos depois, finalmente essa tecnologia chegou ao Brasil e temos um Midas brasileiro! O nome dele é Anitta.
Em tempos de crise de representatividade política, tudo indica que Anitta é a nova proprietária do país. Muita gente já vinha trabalhando com essa teoria, mas ontem, na ocasião do lançamento do videoclipe "Vai Malandra", em parceria o Tropkillaz, Dj Yuri Martins e Mc Zaac, parece que já pode passar a faixa presidencial para ela.
Antes de que te ocorra dizer que esse raciocínio é errado, deixo aqui um argumento irrefutável: tudo o que a Anitta toca vira ouro, até celulite. No momento, ela é provavelmente a única pessoa com potencial para mudar a mentalidade do nosso povo com uns lances que deveriam ser meio óbvios.
Duvida? Vamos ver:
Favela na vida real: pessoal quer passar longe.
Favela no clipe da Anitta: "que massa a comunidade!"
Moradores da favela na vida real: ninguém tolera.
Moradores da favela no clipe da Anitta: geral já quer pegar.
Biquíni de fita isolante na vida real: "tá amarrado!".
Biquíni de fita isolante no clipe da Anitta: fantasia oficial do carnaval 2018.
Mototáxi na vida real: [faz o sinal da cruz].
Mototáxi no clipe da Anitta: QUERO.
Bar risca-faca na vida real: "é o que tem pra hoje".
Bar risca-faca no clipe da Anitta: melhor rolê.
Celulite na vida real: não tem quem ache bom.
Celulite na bunda da Anitta: é refresco.
Se Anitta vai continuar feliz e lépida com esse volume alucinante de trabalhos e com a responsa de ser o Midas brasileiro, são outros quinhentos. Se você acha que o talento dela é desproporcional ao sucesso que faz, não muda nada.
O que podemos fazer é torcer para que Anitta se envolva com cada vez mais causas pertinentes — como foi o caso da favela e da celulite. "Tomara que o próximo videoclipe seja sobre o absurdo da Reforma Trabalhista", me peguei pensando.
Se possível, em ritmo de funk mesmo, que é bom demais.
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