Pode ser que a uretra de Temer tenha unido o Brasil novamente
Desde as eleições de 2014, o Brasil se polarizou de tal maneira que todo mundo odeia todo mundo. Não há paz nas redes sociais, no grupo de Whatsapp da família, no amigo secreto da firma, não tem trégua mesmo. A cada escândalo político, passamos a colecionar novos desafetos e desgostos numa pirambeira que parece não ter fim. Só concordamos no seguinte: estamos lascados.
Aliás, a última vez em que estivemos unidos em uma só corrente foi talvez durante a exibição do capítulo final de Avenida Brasil, porque nem na Copa do Mundo a gente pôde ter essa alegria… Ou não até ontem, quando um problema de saúde envolvendo o pênis do presidente Michel Temer uniu todas as tribos, como foi o "Norvana" na opinião de Dinho Ouro Preto:
Michel Temer foi internado com uma obstrução urológica. OK. A idade mental do twitteiro médio não passa dos 15 anos. OK.
Como um passe de mágica, a impopularidade do presidente somada às infinitas possibilidades de piadas com pinto fez com que novamente o nosso povo falasse a mesma língua: a da imaturidade.
A chuva de trocadilhos com o mal de Temer partiu de simpatizantes da direita, esquerda, liberal, anarquista, eleitores indecisos… bota aí o que você quiser. Sabe o que não teve? Discurso de empatia.
Sinceramente, não lembro mesmo quando foi a última vez em que a repercussão sobre doença de figura pública não tenha gerado a discussão "com doença não se brinca" na internet. E, olha, eu moro na internet.
Pode ser que esse seja o maior dos motivos para que Michel Temer entre mesmo para a História: acidentalmente, criou uma coesão popular que não víamos há anos.
Agora, só falta a gente descobrir o que fazer com ela.
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