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Luiza Sahd

7 dicas espertas para solteiros burros

Luiza Sahd

19/10/2017 08h00

Solteiro inocente sempre acaba dando trabalho para os melhores amigos. (Ilustração: Yuval Robichek)

 

O final de semana se aproxima e a gente já sabe o que acontece no final de semana: festa, manguaça, malemolência, ideia fraca, "oi sumido/a" e congêneres.

Não dá para dizer que não seja divertido. Não dá para dizer, depois de passar mal, que não foi avisado aqui: viver é perigoso. Se você é solteiro e tonto, este texto foi feito com muito carinho pensando na sua situação. Pegue papel e caneta, copie estas dicas e deixe em local visível por quanto tempo achar necessário (pelo resto da vida, por exemplo).

 

1- Não aceite carinho de estranhos

Bebida, drogas e carona são o de menos. Perigoso MESMO é aceitar carinho de estranhos. Você não sabe a procedência do carinho, você não sabe se a pessoa tá fazendo com intenção ou para se distrair, não sabe nem se é viciante ou se vai ter mais uns dias depois. Em caso de carinho, procure a delegacia de polícia mais próxima.

 
2- Duvide do que quer que te digam

O solteiro vacilão clássico sempre acredita quando o crush fala coisas do tipo "vamos viajar", "falei de você para a minha mãe", "vou te dar tal coisa de presente" e caôs similares que sinalizam disponibilidade emocional. Eu adoraria ter uma explicação científica para essas atitudes mas, na falta delas, suponho que as pessoas curtem testar as reações das outras. Se você ouvir uma destas frases, o ideal é correr três dias sem olhar para trás.

 

3- Ser detestável é importante

Não importa quanto tempo você passe ignorando um paquera ou saindo com ele sem fazer muita questão. No dia em que você decidir realmente gostar desta pessoa, ela vai te odiar por isso e fugir de você o mais rápido possível. Gostar de alguém é imperdoável. Não cometa este delito.

 

4- Dissimule gostos pessoais

Presta atenção, porque esta é a dica mais importante. Nunca, nem por muito dinheiro, compartilhe com um rolo o seu filme favorito, não leve esse sujeito aos restaurantes que mais gosta e EM HIPÓTESE ALGUMA deixe que ele descubra quais são as músicas que você ama. Você não vai querer chorar ao invés de rir quando escutar sua melhor playlist e lembrar deste infeliz. Na presença dele, finja que gosta de, sei lá, de música clássica. Finge que gosta de heavy metal, não importa. Apenas esconda suas músicas adoradas a sete chaves para nunca associá-las à pessoa errada.

 

5- O bar é melhor do que o lar

Esse ditado é bom de qualquer perspectiva que se olhe. Em termos de pegação, é ainda mais verdadeiro. Se você for o típico solteiro burro, vai achar natural que um ficante passe a frequentar sua casa toda hora. Pode parecer uma ideia ótima num primeiro momento. Cômodo e prático, né? Foda vai ser lidar com o holograma da pessoa em quarto, cozinha, sala e lavabo depois que tudo acabar. Às vezes, até transar num banheiro químico em fim de noite pode ser mais confortável do que sentir mágoa em cada canto da sua própria casa.

 

6- Não seja "boa gente"


Se possível, não seja "gente" como um todo. Seja neutro. Faça uma oficina do Wolf Maya para viver esse papel de robô. É um pouco chata a vida do robô, mas quando você é boa pessoa e o outro é um escroto, o único ser por quem você poderá sentir raiva é você mesmo. Ou seja: evite se odiar duplamente. Se for para ser boa gente, seja com a sua avó, com o seu cachorro e inclusive com você mesmo.

 

7- Se não for capaz de seguir as dicas, não siga

Mas tenha consciência de que você vai ficar na mão do palhaço (real e figurativamente) infinitas vezes. O lado bom é que você será o herói que desequilibra essa multidão de gente insensível e arisca. O lado melhor ainda é que se você tem coração para dar, é sinal de que ainda não secou por dentro. Boa sorte e meus parabéns.


*Todas as ilustrações deste post são do artista Yuval Robichek. Para conferir o trabalho dele, clique aqui.

Sobre a autora

Luiza Sahd é jornalista e escritora. Colaborou nas revistas Tpm, Superinteressante, Marie Claire e Playboy falando sobre comportamento, ciência, viagem, amor e sexo. Vive entre São Paulo e Madrid há anos, sem muita certeza sobre onde mora. Em linhas gerais, mora na internet desde 2008.

Sobre o blog

Um lugar na internet para falar das coisas difíceis da vida -- política, afeto, gênero, sociedade e humor -- da maneira mais fácil possível. Acredita de verdade que se expressar de modo simples é muito sofisticado.